Um ensaio FOTOGRÁFICO por

BETINA SAMAIA

“A mitologia yanomami nos ensina que, nas florestas densas e úmidas, habitam os ancestrais dos animais, a mulher das águas e outros seres mágicos. Nelas, há também espelhos – que não são para olhar a si mesmo –, mas são “caminhos finos e transparentes”, como “fios de teias de aranha".

 

Quando o diafragma da câmera se dilata em meio à mata, o nosso corpo, inicialmente fechado e opaco, se abre e escapa para esse terreno exterior misterioso. Começamos, assim, a participar desse sonho, que misturamos aos nossos.

 

Onde antes eram invisíveis, surgem, enigmáticas, janelas, portas, trilhas. É então que a floresta se revela mais do que floresta: é um local de passagem, um portal para um mundo desconhecido, que se forma no encontro das luzes e das cores com a retina, onde tudo é possível, revelando nossos mistérios profundos.”

Betina Samaia

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