"Florestas do Imaginário" convida o leitor a explorar o ser e o universo, ao nosso redor, em sua profundidade. Esta obra é um equilíbrio entre duas séries “Através do Espelho" e "Florestas do Imaginário", que nos conduzem a um labirinto, onde o mundo interior se entrelaça com a realidade externa e o universo do imaginário.

Na série "Através do Espelho", a figura feminina que vemos em frente ao espelho pode ser interpretada, sob a ótica junguiana, como uma manifestação da Anima-Animus, um dos arquétipos centrais da psicologia de Carl Jung. A Anima-Animus representa o oposto da nossa identidade consciente. No entanto, o espelho reflete não apenas essa figura feminina, mas também outros elementos — como indígenas e a própria natureza — ampliando o conceito de reflexo para além da imagem do corpo físico iluminando estes representantes da Terra ferida.

A figura feminina, o índio e a própria natureza

Estes elementos refletem alem do visível, o inconsciente coletivo, outro conceito central na teoria de Jung. Os reflexos dos indígenas, por exemplo, simbolizam a conexão profunda com os arquétipos primordiais, representando a ligação com a ancestralidade e o espírito da Terra. A natureza, ao ser refletida, torna-se um símbolo da força vital que permeia tanto o consciente quanto o inconsciente, uma manifestação do Self, a totalidade do ser.

O espelho, aqui, é muito mais que uma superfície; ele é um portal entre o consciente e o inconsciente, entre o real e o imaginário. Ele reflete tanto o mundo exterior quanto as profundezas da psique daqueles que se posicionam diante dele, seja uma figura feminina, um indígena, ou a própria natureza. Nesse contexto, o espelho é um convite a explorar o sonho e o imaginário, elementos sempre presentes no trabalho de Betina Samaia. Ele serve como um caminho para o mundo dos sonhos, como no movimento Surrealista do século passado, onde o ser humano se conecta com dimensões internas e se encontra com os simbolismos ancestrais.

É uma metáfora poderosa para a busca pelo equilíbrio entre os aspectos conscientes e inconscientes da personalidade, simbolizando também o processo de individuação descrito por Jung.

É o reflexo que não apenas nos confronta com a imagem que projetamos no mundo, mas também com o vasto universo interior, repleto de memórias, arquétipos e forças ocultas.

É uma jornada de autoconhecimento e transformação, onde cada reflexo oferece uma nova perspectiva sobre a realidade e o imaginário.

A série “Florestas do Imaginário” busca nos transportar para um reino onde a natureza reflete nossos anseios mais profundos. As esferas que emergem em algumas imagens são símbolos de nossas possibilidades infinitas, de universos paralelos que coexistem ao nosso redor. Elas nos lembram que, assim como em nosso interior, existem dimensões de sonho e realidade que se entrelaçam. Neste mundo de fantasia e simbolismo, as florestas se tornam palco de uma jornada espiritual, onde cada folha caída representa um ciclo encerrado, abrindo caminho para novos começos.

Através de suas lentes, Betina nos encoraja a olhar para dentro, a confrontar nossas sombras e a encontrar sentido na busca pelo equilíbrio interno. Florestas do Imaginário torna-se, assim, um mapa visual da nossa jornada de individuação, onde o espelho reflete não apenas o mundo à nossa frente, mas também nossa psique, espiritualidade e o vasto território do imaginário.

Características da obra

Dimensão: 24,5 x 33,5 cm

Capa Dura

120 páginas

Impresso em papel Eurobulk 170 g/m²

Capa em papel Couché fosco 150 g/m²

 

BETINA SAMAIA

Fine Art Photography